Estes dados relativos aos hábitos de poupança dos portugueses representam uma ligeira recuperação face aos 66% e 41%, respetivamente, registados em 2023.

O estudo - realizado anualmente para avaliar os hábitos de consumo, despesa e poupança em Portugal - conclui ainda que dois em cada 10 portugueses (20%) poupam entre 10% e 20% do seu salário líquido, um aumento de quatro pontos percentuais face ao ano passado, enquanto 9% reservam 20% a 30% e, tal como em 2023, apenas 5% conseguem poupar mais de 40% do que ganham.

Quando conseguem poupar, 63% dos portugueses destinam esta fração do seu rendimento para fazer face a potenciais imprevistos, 39% para acumular para a reforma e 33% para viajar, sendo que nestas duas últimas categorias houve um aumento de três pontos percentuais face a 2023.

A compra de casa é uma prioridade para a afetação das poupanças para 22% dos inquiridos, dois pontos percentuais acima do ano passado, seguindo-se a compra de um carro (13%) e os gastos com outros bens de consumo (10%), percentagens que se mantêm inalteradas face à edição anterior do estudo.

Citado em comunicado, o 'managing diretor' e 'partner' do BCG Lisboa refere que "a maioria dos portugueses continua a não conseguir poupar, gastando a maior parte do que ganha em necessidades básicas e alocando o capital que consegue acumular em investimentos de baixo custo".

"Neste contexto, as empresas devem procurar diferenciar a oferta, optimizando a sua estratégia de preços e descontos e melhorando o seu 'modus operandi' na promoção e distribuição dos produtos, bem como os canais físicos e digitais onde estão presentes, de forma a serem mais atractivas para os consumidores", refere Tiago Kullberg.

"Ao mesmo tempo, é urgente investir na literacia financeira a nível nacional como instrumento para ter cidadãos mais informados e capacitados", acrescenta.