A Boliden, que venceu a corrida contra três mineiros australianos, espera concluir a transação até meados do próximo ano, mas a operação está ainda sujeita à autorização de várias entidades, incluindo a Comissão Europeia e o Governo português, que tem de dar luz verde à alteração do contrato de concessão da mina de Neves-Corvo.

Para financiar a operação, a empresa mineira sueca garantiu um empréstimo-ponte junto do BNP Paribas, RBC Capital Markets e SEB, segundo noticia o ECO.

No entanto, a Boliden pretende refinanciar este empréstimo-ponte através de dívida de médio e longo prazo e também através da emissão de acções, visando um aumento de capital de cerca de 600 milhões de euros (cerca de metade do empréstimo bancário) a realizar ao longo do primeiro semestre do próximo ano, dependendo das condições de mercado.

Para além dos 1,3 mil milhões de dólares de entrada em dinheiro, a empresa mineira sueca pagará um montante adicional que poderá atingir os 150 milhões e cujos pagamentos estão dependentes da evolução dos preços do zinco e do cobre nos próximos três anos (no que respeita à mina de Neves-Corvo) e do nível de produção nos próximos dois anos na mina sueca.

De acordo com a Boliden, as minas de Neves-Corvo e Zinkgruvan contribuirão com cerca de 300 a 350 milhões de dólares para os resultados de exploração (EBITDA) por ano durante os próximos cinco anos.

No caso da mina portuguesa, que é propriedade da Lunding desde 2006, tem cinco grandes depósitos em produção: Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador.

Em 2023, as receitas da Somincor (que explora a mina) caíram face ao ano anterior, para 393 milhões de euros, os resultados operacionais (EBITDA) de 83 milhões de euros e os lucros, em queda, de cerca de 1,5 milhões de euros (13 milhões em 2022).

O Governo português já disse que está a acompanhar o processo de venda das minas, tendo em conta a "relevância social e económica" da Somincor para os trabalhadores, para a região e para o país", garantindo que "exercerá as suas competências no sentido de garantir o pleno respeito pelas normas legais e laborais em vigor".

Os canadianos da Lundin colocaram à venda as duas minas na Europa no início do ano, numa altura em que se voltaram para o mercado sul-americano. No verão, anunciaram uma parceria com o gigante BHP para avançar para a compra da Filo, por cerca de três mil milhões de dólares, e está prevista a criação de uma empresa comum para explorar projectos de cobre na Argentina.