“Salários baixos, precariedade e uma crescente degradação das condições de trabalho” são alguns dos motivos que levaram os profissionais a avançarem com a greve, que está sendo marcada por manifestações em todo o país.

Em Lisboa, por exemplo, uma reunião está marcada para o Largo de Camões, às 18h. No Porto, na Praça Humberto Delgado, a manifestação começa às 12:00 e, em Coimbra, o início estava marcado para as

9:00 da manhã.

“Espero um apoio forte porque na verdade a precariedade é muito maior do que na maioria dos outros setores, os salários estão cada vez mais baixos, e não tivemos progressão na carreira nos últimos 20 anos”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ), Luís Simões, em declarações à agência Lusa, que anunciou que o seu “serviço normal” poderia “sofrer interrupções” durante o período de greve — das 00:00 às 24:00 desta quinta-feira.

Na declaração de reivindicações da greve, que foi publicada no site do SJ, argumenta-se que “a insegurança no emprego, juntamente com os baixos salários no setor, é um sério obstáculo para o pleno desenvolvimento da profissão de jornalista”.

“É um obstáculo ao próprio direito dos cidadãos de serem informados livremente”, continua a carta, onde os jornalistas exigem “aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022 e a melhoria substancial na remuneração dos freelancers”, a “garantia de um salário digno no nível de entrada na profissão e progressão regular na carreira” e várias outras demandas.

Em solidariedade com a greve está a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), que disse que ela “acompanha as reivindicações pelas quais os jornalistas lutam”, num setor “caracterizado pelo domínio de grandes grupos económicos e financeiros e pela alta concentração de propriedade da Comunicação Social”.

João Günther Amaral, considerou que a greve geral dos jornalistas é um “reflexo do desafio da reinvenção” que a mídia enfrenta em todo o mundo.


“Entendemos que o que está acontecendo é um reflexo do enorme desafio que os meios de comunicação social enfrentam hoje, não só em Portugal, mas na Europa e no mundo, e que é um desafio de reinvenção, com tudo o que está acontecendo acontecendo ao nível das plataformas digitais e da canalização de meios de comunicação que foram investidos em jornais e que geraram receita para jornais e outros meios de comunicação, e que estão sendo canalizados para outros lugares”, disse o responsável.