Estava 1,68ºC mais quente do que no final do século 19, base usada para as temperaturas antes que a queima de combustíveis fósseis começasse a aumentar rapidamente.
Desde junho passado, o mundo vem quebrando recordes de calor todos os meses, contribuindo para ondas de calor marítimas em vastas áreas oceânicas.
Cientistas disseram que o calor recorde registrado durante esse período não foi uma surpresa devido ao forte El Niño, uma condição climática que aquece o Pacífico central e muda os padrões climáticos globais.
“Mas a combinação disso com ondas de calor marinhas não naturais tornou esses registros de tirar o fôlego”, disse Jennifer Francis, cientista do Woodwell Climate Research Center.
À medida que o El Niño desacelera, espera-se que as margens pelas quais as temperaturas médias globais são excedidas a cada mês diminuam, acrescentou Francis.
Cientistas climáticos atribuíram a maioria dos registros de calor às mudanças climáticas provocadas pelo homem, devido às emissões de dióxido de carbono e metano produzidas pela queima de carvão, petróleo e gás natural.
“A trajetória não mudará até que as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera parem de aumentar”, observou Francis.
De acordo com o Acordo de Paris de 2015, o mundo estabeleceu a meta de manter o aquecimento em ou abaixo de 1,5ºC desde os tempos pré-industriais.
Os dados de temperatura do Copernicus são mensais e usam um sistema de medição ligeiramente diferente do limite de Paris, cuja média é de duas ou três décadas.
A vice-diretora da Copernicus, Samantha Burgess, disse que o recorde de temperatura de março não foi tão excepcional quanto em outros meses do ano passado, que bateram recordes por margens maiores.
“Tivemos meses recordes que foram ainda mais incomuns”, disse Burgess, apontando para fevereiro e setembro do ano passado. Mas a “trajetória não está na direção certa”, acrescentou.
O globo já registrou 12 meses com temperaturas médias mensais 1,58° C acima do valor de Paris, de acordo com dados da Copernicus.
Em março, a temperatura média global da superfície do mar foi de 21,07° C, o maior valor mensal já registrado e um pouco maior do que em fevereiro.