Numa caracterização do mês passado, o IPMA destaca o facto de setembro ter sido o segundo mais quente de que há registo, depois de setembro do ano passado, e que a temperatura média global foi de 16,17 graus Celsius (°C), 0,73°C acima do valor médio de 1991-2020.

O IPMA destaca ainda as estimativas de que o mês foi cerca de 1,54°C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900, sendo o 14º mês “num período de 15 meses em que a média global da temperatura do ar superficial ultrapassou 1,5°C”.

O valor de 1,5ºC acima da média pré-industrial é o que, segundo os cientistas, não deve ser ultrapassado para evitar impactos graves e irreversíveis do aquecimento global. Foi estabelecido como uma meta a não ser ultrapassada por praticamente todos os países do mundo na cúpula climática em Paris em 2015, da qual surgiu o chamado Acordo de Paris

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De acordo com o IPMA, na Europa, a temperatura média do ar foi 1,74°C acima do valor médio de 1991-2020. Foi o segundo setembro mais quente, depois de setembro de

2023.

As temperaturas do ar na Europa, diz o Instituto, estavam acima da média no leste e nordeste da Europa, com ondas de calor na Noruega e na Suécia e, abaixo da média, em grande parte da Europa Ocidental, incluindo a França, a maior parte da Península Ibérica e a Islândia.

Em Portugal continental, foi um mês classificado como frio em termos de temperatura e seco em termos de precipitação.

O valor médio da temperatura média ficou 0,81ºC abaixo do valor normal (1981-2010) e foi o quarto menor desde 2000. A temperatura máxima teve o quinto valor mais baixo e a temperatura mínima foi o terceiro valor mais baixo (valores médios e desde 2000).

Quanto à chuva, o valor de 32,9 milímetros corresponde a 76% do valor médio de 1981 a 2010. Choveu mais na segunda quinzena e principalmente no norte e no centro

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A área de Portugal continental com seca meteorológica diminuiu nas regiões norte e centro. A sul do rio Tejo, predominam as classes de seca moderada e severa, com o IPMA a destacar os distritos de Beja (interior) e Faro com vários

locais na classe de seca severa.

“No final de setembro, cerca de 69% do território estava em seca meteorológica leve a severa”, de acordo com o boletim do IPMA relativo ao mês de setembro. Não havia nenhuma região do país em seca extrema

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