“Não vamos andar atrás de luzes, nem identificar fenómenos a grande distância”, referiu Vítor Moreira, salientando que o objetivo é tratar “com seriedade” os fenómenos aeroespaciais extraordinários e auxiliar a população a compreendê-los, explicou Vítor Moreira, um dos fundadores e presidente do CIFA.
O investigador acrescentou ainda, no dia 17 de maio, que a intenção é “conseguir estudar e investigar fenómenos extraordinários” que ocorrem no país e, consequentemente, fazer a sua “validação científica”.
“Atualmente há a necessidade de esclarecer a população e fomentar uma opinião mais balizada do que são estes fenómenos”, defendeu, acrescentando que o CIFA “não se baseia em teorias de conspiração”.
O CIFA foi criado em julho de 2021 por uma equipa de investigadores multidisciplinar que nas décadas de 1980 e 1990 estudavam estes fenómenos. Atualmente, contam com uma equipa que vai desde advogados, engenheiros, jornalistas e agentes de autoridade.
O estudo, análise e investigação de fenómenos aeroespaciais elaborado pelo CIFA tem compila arquivos - físicos e digitais -, bem como documentos e relatórios de outras organizações que têm vindo a ser recolhidos “nos bastidores e anonimato”, desde 2018.
Além da documentação, o trabalho do CIFA tem também por base a informação divulgada nos meios de comunicação social portugueses, “importante fonte” na qual a equipa vai também focar as suas atenções, confrontando-a com o conhecimento de outras entidades como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“Em Portugal existem quase dois mil registos de acontecimentos extraordinários. Temos relatos de casos muito fidedignos, mas não deixa de ser o diz que disse. Sabemos que narrativas são narrativas e nós queremos ir mais além”, salientou.
Neste momento, o CIFA está a desenvolver “equipas de intervenção rápida” no Porto e em Lisboa, que, munidas de material científico de análise de dados, vão “validar os fenómenos”.
“Queremos posteriormente criar protocolos de colaboração efetiva com a Força Aérea e a Guarda Nacional Republicana (GNR) para chegar até aos casos isolados que possam ocorrer no interior do país”, disse, justificando que o propósito é “atuar rápido e fazer um apuramento mais eficaz”.
À Lusa, Vítor Moreira destacou que a equipa já desenvolveu “um trabalho de apuramento de acontecimentos que foram relevantes no ano passado”, que resultou no Relatório Anual de Ocorrências, no qual “nenhum caso foi dado como extraordinário”, tendo existido uma explicação e validação científica para os 19 acontecimentos avistados.
“Maioritariamente, a percentagem de casos explicados envolve a tecnologia dos drones, que continua a fazer erráticas interpretações, assim como vários tipos de balões”, afirmou o responsável.
O CIFA espera no próximo ano conseguir apresentar “um modelo mais consistente e apurado” dos relatos recebidos, querendo continuar a trabalhar “não com hipóteses, mas com certezas”.