Trata-se de um navio da Federação Russa "que participa ativamente no esforço de reabastecimento logístico russo", explica a Marinha, cujo Centro de Operações Marítimas (COMAR) utilizou os 'NRP Setúbal', 'NRP Orion' e 'NRP Dragão' para "acompanhar e monitorizar o trânsito deste navio pela Zona Económica Exclusiva do continente", cita a Executive Digest.

"A Marinha, através destas acções de acompanhamento e vigilância, garante a defesa e segurança dos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, na proteção dos interesses de Portugal e, simultaneamente, contribui para assegurar o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos no quadro da Aliança", lê-se na nota publicada no site daquele ramo das Forças Armadas.

O Chefe do Estado-Maior da Armada Portuguesa, Almirante Gouveia e Melo, revelou, numa entrevista publicada a 15 de maio, que, nos últimos três anos, quadruplicou o número de missões de acompanhamento de navios russos na sua passagem por águas portuguesas.

"Há três anos, o número de operações de vigilância que efectuávamos era inferior a uma dezena por ano. Só no ano passado, realizámos 46 e este ano já realizámos 14. Estes navios da Federação Russa, que podem ser navios militares ou mercantes, mas com atividade militar conhecida, podem transitar pelas nossas águas para irem da posição A para a posição B, ou podem ter interesses nas nossas águas. E as duas coisas acontecem em simultâneo", disse ao Diário de Notícias e à TSF.

Na entrevista, o almirante Gouveia e Melo afirma que a invasão que a Federação Russa fez à Ucrânia mudou o comportamento internacional.

"Essa mudança pode ser tão estrutural que pode destruir as bases que temos hoje. Destruindo esses alicerces, tudo aquilo que hoje damos por garantido, que é a segurança na Europa, a NATO, a União Europeia, que são pilares essenciais para a nossa segurança e prosperidade, pode ser posto em causa", disse.