Segundo dados do Serviço de Peregrinos da Catedral de Santiago de Compostela, até ao dia 26 de outubro de 2024, o número de peregrinos que iniciaram o Caminho de Santiago em Braga atingiu os 1.067, um aumento significativo de 7,9 por cento em relação ao mesmo período do ano passado

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O Caminho da Geira e Arrieiros

O Caminho da Geira e Arrieiros (CGA), que tem cativado a atenção de muitos pela riqueza do seu património cultural e beleza natural, tem apresentado um crescimento notável, com um aumento de 36,2 por cento nas partidas de Braga - de 354 para 482 peregrinos desde o ano passado

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Esta rota está a ganhar força não só entre os peregrinos locais, mas também a tornar-se uma opção preferida dos viajantes internacionais que procuram uma experiência de peregrinação autêntica e envolvente. O número total de Compostelas emitidas para o CGA registou um aumento de 42,5 por cento, consolidando o seu estatuto de itinerário de eleição para quem se aventura em direção a Santiago.

Em contrapartida, o Caminho Português Central, apesar de continuar a ser muito procurado, registou uma ligeira quebra nas partidas de Braga, caindo 6,02 por cento este ano. No entanto, o número total de peregrinos neste itinerário aumentou 6,6 por cento, o que indica uma mudança nas preferências dos peregrinos

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Sobre o itinerário

Com 239 quilómetros, este percurso começa na Sé de Braga e passa pelos pitorescos concelhos de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, antes de entrar na Galiza, em Espanha, na Portela do Homem. Nos últimos seis anos, mais de 5.000 peregrinos de vários países, incluindo Portugal, Espanha, Afeganistão e Austrália, percorreram este caminho histórico, o que demonstra a sua atração internacional.

Criado em 2017 e reconhecido pela Igreja em 2019, o CGA tem ganho cada vez mais atenção por parte de associações e conselhos de turismo. As publicações da Associação de Municípios Transnacionais do Eixo Atlântico, em 2020, e do Turismo do Porto e Norte de Portugal, em 2021, têm vindo a estimular esta peregrinação única.

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Um dos aspectos mais atraentes do Caminho da Geira e Arrieiros é o seu significado cultural. O percurso apresenta alguns dos vestígios mais bem preservados do Império Romano, como a Via Augusta, uma estrada que era parte integrante do transporte e comércio romanos. Para além disso, o percurso passa pela Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, uma área reconhecida pela UNESCO como rica em biodiversidade e beleza natural. Esta mistura de história e natureza oferece aos peregrinos uma oportunidade única de se ligarem ao passado e ao presente.

À medida que Braga continua a solidificar o seu papel como ponto de partida fundamental para o Caminho de Santiago, o aumento do interesse pelo Caminho de Geira e dos Arrieiros evidencia um desejo crescente dos peregrinos por experiências significativas e envolventes. Quer seja motivado por objectivos espirituais ou pelo amor à natureza e à história, cada vez mais pessoas reconhecem o valor único de embarcar nesta viagem. Com o seu património notável e paisagens deslumbrantes, o Caminho da Geira promete continuar a ser uma peregrinação apreciada nos próximos anos.