De acordo com fonte da Agência Portuguesa de Meteorologia. Ambiente(APA), Braga foi o ponto do país onde "choveu mais", com 65,5 milímetros, um valor que está, no entanto, "muito abaixo da média", enquanto o valor mais baixo de precipitação foi registado em Portimão, no distrito de Faro, com 1,7 milímetros.

"A precipitação acumulada desde 1 de outubro de 2024, 231,7 milímetros, corresponde a 64% do valor normal 1981-2010", apontou fonte da agência responsável pela proteção do ambiente em Portugal, sublinhando que a seca meteorológica "aumentou em toda a região Sul", com particular destaque para o litoral (Alentejo e barlavento algarvio), mas também em "alguns distritos da região Centro", como Lisboa, Santarém e Setúbal.

Os registos mostram ainda que, no final de dezembro, 55% do continente estava em seca meteorológica "fraca e moderada" e que, na última década, tem havido cada vez menos chuva no último mês do ano, uma tendência que só não se verificou em 2022 e que está a ser acompanhada por um aumento da temperatura, alertou.

Quanto às reservas de água nas albufeiras, os dados da APA indicam que estão em 71% da capacidade total, valor que representa "uma ligeira redução em relação aos 74% registados no mesmo período" em 2023.

As bacias hidrográficas do Sado - Monte da Rocha (11%) e Campilhas (20%) - e do Arade - Bravura (13%) e Arade (16%) - são as que tinham em dezembro barragens em "estado crítico", ou seja, com capacidade igual ou inferior a 20%.

Situações no Algarve

No Algarve, uma das regiões do país onde os efeitos da seca mais se têm feito sentir e onde já foram aplicadas restrições ao consumo de água, as seis principais albufeiras "acumulam 151 hectómetros cúbicos de água armazenada, o que corresponde a 34% da capacidade total", um valor que, ainda assim, reflecte um "aumento de 39 hectómetros cúbicos em relação ao mesmo período do ano passado".

"Apesar deste aumento, o barlavento e a bacia do Arade continuam em seca hidrológica extrema", alertou a fonte da APA, esclarecendo que o sotavento está "em seca hidrológica severa".

Com mais 39 hectómetros cúbicos armazenados nas barragens em dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2023, o Algarve está numa situação "melhor" e tem "reservas de água para um ano de consumo urbano", caso não haja mais chuva até lá, assegurou a fonte da APA.