Portanto, no total, até março, os agricultores que usam agricultura orgânica e produção integrada receberão 90 por cento do apoio, com 10 por cento restantes, que serão pagos em junho. Maria do Céu Antunes chegou à prefeitura de Macedo de Cavaleiros, local da reunião, simplesmente dizendo “Boa tarde a todos” aos cerca de 100 agricultores que a esperavam na rua, e respondeu com assobios e frases como “Trás-os-Montes

também é Portugal”.


Após a reunião que durou cerca de duas horas, Armindo Lopes, um dos seis representantes dos agricultores que participaram das negociações, explicou que esses 25 por cento estão relacionados aos cortes de até 35 por cento que foram anunciados e, entretanto, revertidos, deixando 10 por cento em falta, que serão pagos até 25 de junho. De acordo com Armindo Lopes, o governo explicou que o pagamento desses 25 por cento é o que o governo atualmente tem disponibilidade financeira para fazer, sem a aprovação de Bruxelas, que agora terá que desbloquear os 10 por cento restantes. Essas medidas representam um valor global de €60 milhões

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Armindo Lopes também explicou que no ano passado foi criada uma nova plataforma europeia para identificar todos os produtores em produção integrada e agricultura orgânica, que agora precisam de um certificado. A nível nacional, existem 10 entidades que emitem essa certificação. Os cálculos foram concluídos em 31 de dezembro e a primeira parcela, 65 por cento na maioria dos casos, foi paga em 25 de janeiro, mas os agricultores que não conseguiram concluir o processo ainda não receberam ajuda.


Na quinta-feira, 8 de fevereiro, após um protesto que reuniu cerca de 300 agricultores no município de Macedo de Cavaleiros e que levou ao fechamento da A4 em ambas as direções, foi agendada uma reunião imediata por videoconferência e uma reunião presencial com o representante na segunda-feira, 12 de fevereiro. Nesse momento, a primeira parcela já havia sido prometida para ser paga a todos os agricultores até 24 de fevereiro. Na sexta-feira, 2 de fevereiro, na segunda reunião, Armindo Lopes disse que algumas das demandas foram atendidas. “O que conseguimos hoje é que, a partir de março, restarão apenas 10% para pagamento, o que ficará para a última parcela que já estava no calendário indicativo de pagamento”, anunciou aos jornalistas.


Armindo Lopes disse ainda que em relação à candidatura única deste ano, tiveram a garantia do Instituto Financeiro de Agricultura e Pescas (IFAP), representado pelo vice-presidente, Nuno Moreira, e Maria do Céu Antunes um adiantamento em outubro e outro pagamento em dezembro. Eduardo Almendra, outro dos representantes, acrescentou que, no entanto, eles tiveram que ceder em outras medidas solicitadas para a região, como a inclusão do diesel agrícola como fator de produção, para isenção de IVA. Como explicou o produtor, o governo gestor não tem nenhum papel na revisão desta medida

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Outra demanda em Trás-os-Montes foi o reforço da irrigação “Nomeadamente a criação de uma instalação polivalente na barragem de Baixo Sabor. Um plano de eficiência hídrica está sendo estudado para todo o distrito [de Bragança], e já está em andamento”, disse Eduardo Almendra. Os agricultores dizem que, por enquanto, estão interrompendo as manifestações, mas que voltarão à luta se as promessas não forem cumpridas. Por enquanto, eles dizem: “Você tem que acreditar nas pessoas”.

Maria do Céu Antunes foi então para Mirandela, para outro encontro com agricultores de Trás-os-Montes. Ao sair de Macedo de Cavaleiros, houve um novo coro de apitos dos agricultores para o ministro responsável, seguido de aplausos para os representantes, que deixaram o prédio Paços do Concelho minutos depois, para se dirigirem à imprensa. O Ministro da Agricultura não falou com jornalistas. Uma fonte do Ministério disse, no entanto, que ao final das rodadas de reuniões que ocorreram em todo o país, será feita uma comunicação sobre as conclusões alcançadas

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