“Temos um aumento constante de pessoas em situações desfavorecidas, com 744 casos de sem-abrigo atualmente identificados onde o projeto LEGOS é desenvolvido”, um número que corresponde a metade dos 16 municípios do distrito de Faro, explicou Fábio Simão à Lusa.

Dos municípios abrangidos pelo projeto, que coincidem com aqueles que são os mais populosos da região, Loulé é onde foram identificados mais casos: 159 (dos quais 141 vivem na rua, ou seja, sem teto), seguidos de Portimão, com 131 (116 desabrigados), de Albufeira, com 115 (104 desabrigados) e de Faro, com 107 (64 desabrigados).

No município de Lagos, foram identificados 97 casos de moradores de rua (85 dos quais sem teto), em Olhão as equipes identificaram 63 pessoas desabrigadas, em Vila Real de Santo António 44 pessoas (39 desabrigadas) e Tavira 31 (15 desabrigadas).

Fábio Simão explicou que o projeto está sendo desenvolvido nos municípios do Algarve que já possuem Centros de Planejamento e Intervenção de Desabrigados (NPISA), sendo os sem-teto aqueles que estão em acomodações temporárias e os sem-teto aqueles que vivem na rua.


Aumento dos preços das casas

Segundo a coordenadora daquele projeto de inclusão social, a principal causa do aumento constante de pessoas sem abrigo em moradias tem a ver com o alto custo do aluguel no distrito de Faro.

Criado em 2021 e coordenado pelo Movimento de Apoio aos Problemas da AIDS (MAPS), o LEGOS foi desenvolvido em parceria com o Grupo de Ajuda aos Dependentes de Drogas (GATO), o Centro de Apoio aos Desabrigados (CASA), o Grupo de Apoio aos Dependentes de Drogas (GRATO) e a Associação de Planejamento Familiar (APF), sendo financiado por fundos comunitários.

“O objetivo do LEGOS é trabalhar em rede com todos os parceiros e em municípios com Centros de Planejamento e Intervenção de Desabrigados (NPISA), para ajudar a população que está em risco de exclusão social e falta de moradia”, destacou Fábio Simão.

Segundo ele, o “aumento constante” da população sem-abrigo no Algarve também foi causado por motivos de desagregação familiar, dependência de drogas e álcool e fenômenos migratórios.

“Temos visto um aumento no número de migrantes que chegam aqui no Algarve, sem receber qualquer tipo de resposta, e acabam em uma situação desprotegida e sem casa”, observou.

De acordo com Fábio Simão, o LEGOS “inicialmente tinha como objetivo apoiar 593 pessoas, número que foi amplamente ultrapassado, tendo atingido 1.134 pessoas no final de 2023”.


Artigos relacionados: