No ano em que se assinala o 25º aniversário da morte de Amália Rodrigues, a Associação Fado Cale e a Câmara Municipal do Fundão decidiram organizar um evento que não são apenas “concertos”, mas que reúne um amplo cartaz e inclui a décima edição do Concurso Amália Rodrigues.

Durante os três dias, cantoras de fado como Camané, Teresinha Landeiro, Flávia Pereira, Joana Amendoeira, Nani Medeiros e Ana Paula e Custódio Castelo se apresentarão.

“Decidimos transformar a décima edição da competição, da qual Celeste Rodrigues e Fábia Rebordão faziam parte do júri, em um festival. Este programa é ousado, com nomes consagrados, e tem uma vertente muito ampla e diversa”, frisou, em declarações à Lusa, a vereadora responsável pela Cultura

, Alcina Cerdeira.

O palco privilegiado será o octógono, mas o festival se estenderá ao Centro de Negócios e Serviços, à Associação Fado Cale, à Igreja Paroquial do Fundão — onde Amália foi batizada e onde está sendo realizada uma missa de fado com José Quaresma — e restaurantes participantes do Festival Gastronômico Sabores do Outono, onde as cantoras de fado Ana Lopes e Lara Rodrigues se apresentarão nas refeições.

O presidente da Associação Fado Cale, Leonel Barata, lembra que os oito irmãos de Amália, incluindo Celeste Rodrigues, nasceram no Fundão, suas tias, com quem ela passou um tempo, moravam na Rua da Cale, seus pais a poucos metros de distância, e o município está planejando a casa temática O Lugar de Amália na mesma rua, uma conexão que leva o município a lembrar a fadista em um evento que permite ao público da região “reunir todos esses fadistas em um festival de três dias”.

“Alguns desses fadistas já vieram para a região, mas esta é uma oportunidade para o público vê-los nos dias de hoje e espero que seja uma oportunidade de ver fadistas que eles nunca tiveram a chance de ouvir antes”, disse Leonel Barata, também músico.

Segundo o responsável, o sucesso da iniciativa “depende da afluência que tiver”, espera que seja “a primeira de muitas” e, embora espere que o festival “se estabeleça na Beira Interior”, frisou que “a ideia é que se torne um evento nacional e ibérico”.

“Queremos que esteja no mapa dos festivais de fado, que seja uma referência”, acrescentou Alcina Cerdeira.

Com a inclusão do 10º Concurso Amália Rodrigues, o objetivo também é promover e incentivar novos artistas.

“Queremos fazer do Fundão um centro para criar dinâmicas territoriais e diversificar a experiência do fado”, destacou Leonel Barata, em declarações à agência noticiosa Lusa.

O ingresso geral custa 25 euros e o programa vai além da música.

O livro “Amália Rodrigues - origem, raízes e história”, de José Barata de Castilho, um passeio a pé para visitar as geografias da fadista na cidade, uma oficina de instrumentos musicais com Óscar e João Cardoso, uma aula de fotografia em concertos, uma oficina sobre escrever poesia de acordo com as métricas do fado e a exibição do documentário sobre Amália Rodrigues, de Manuel Mozos, “Diva, simplesmente uma homenagem”, estão planejados.

Depois dos concertos, haverá fado vadio na sede da Associação Fado Cale.