Numa iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), os primeiros resultados do Vacinómetro indicam que a cobertura vacinal contra a gripe aumentou em todos os grupos prioritários, em comparação com o mesmo período da campanha de 2023.

De acordo com a pesquisa, 31,7% das pessoas com 65 anos ou mais já receberam a vacina contra a gripe, mais da metade delas por recomendação médica, em comparação com cerca de 13% em outubro de 2023.

Ainda assim, no âmbito dos grupos prioritários definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o Vacinómetro informa que 32,3% das pessoas com doenças crónicas já terão sido vacinadas, uma percentagem muito superior aos 11,9% registados na última campanha de vacinação.

O estudo conclui ainda que 18,5% dos profissionais de saúde em contato direto com pacientes e 14,4% dos portugueses com idade entre 60 e 64 anos já terão recebido a vacina, mais da metade destes por iniciativa própria.

A pesquisa também destaca a proteção das gestantes, com cobertura vacinal de 54,2%, com 58,7% fazendo isso por recomendação médica, acima dos 43% encontrados no mesmo período de 2023.

Por região, o Vacinômetro mostra que, das pessoas com 65 anos ou mais, 56% estão na Madeira, 46,7% no Alentejo, 38,7% no Norte, 28,6% no Centro e 27,4% na região metropolitana de São Paulo. No Algarve, a percentagem cai para 18,9% e na Região Autónoma dos Açores é de apenas

7,1%.

Do grupo total de indivíduos vacinados, na amostra total estudada, os três principais motivos que levaram à vacinação foram a recomendação do médico (43,7%), a iniciativa própria de serem protegidos (29,7%) e no âmbito de uma iniciativa trabalhista (13,2%).

O documento também revela que 2,2% do grupo com 65 anos ou mais que já foi vacinado o fez pela primeira vez este ano e 61,8% das pessoas não vacinadas pertencentes a essa faixa etária ainda pretendem ser vacinadas.

Entre aqueles que ainda não foram vacinados, o principal motivo apontado para não vacinar foi “porque não é um hábito” (35,1%), de acordo com a pesquisa.

Em relação à coadministração das vacinas contra influenza e covid-19, quase 83% dos grupos recomendados optaram por recebê-las juntos, sendo o principal motivo o desejo de serem protegidos (68,6%) contra ambas as doenças.

O estudo afirma que menos da metade da população entrevistada está ciente da extensão da vacina contra a gripe em altas doses à população com 85 anos ou mais, além de residentes em casas de repouso e na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

Lançado em 2009, o Vacinômetro é realizado através de trabalho de campo que ocorreu entre os dias 10 e 14 de outubro, com questionários telefônicos, permitindo monitorar, em tempo real, a taxa de cobertura vacinal contra influenza em grupos prioritários recomendados pela DGS.

A campanha sazonal de vacinação contra a gripe e a covid-19 começou em 20 de setembro e está ocorrendo simultaneamente em milhares de farmácias em todo o país e em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).