De acordo com o presidente da Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE), Henrique Gil, os anúncios de alojamento privado para estudantes em Évora “baixaram cerca de 70%” em relação ao último ano antes da pandemia, estando os senhorios a voltar-se para o setor do turismo.
Como forma de ultrapassar esta dificuldade, “muitos estudantes da Universidade de Évora (UÉ) não abandonaram as casas [que já habitavam] durante o verão e continuaram a assegurar o pagamento da renda para não as perderem”, Henrique Gil disse no dia 20 de setembro.
“Já a procura subiu pelo simples facto de o número de estudantes na UÉ ter aumentado. Além de terem sido [abertas] mais vagas, também foram mais estudantes colocados”, acrescentou.
O presidente da AAUE adiantou que a habitual lista com alojamentos disponíveis feita pela associação teve este ano “uma redução de cerca de 30%” em relação a 2021, pelo que, “nas primeiras horas do primeiro dia de matrículas, ficou logo lotada”.
Henrique Gil salientou, porém, que “ainda é cedo para se fazer uma avaliação do verdadeiro impacto” da falta de alojamentos em Évora, pois, só “com o decorrer normal das aulas” é que dá para “perceber os estudantes que estão e não estão a faltar”.
Apesar dos preços serem mais acessíveis quando comparados com os praticados noutras cidades, a média da renda paga por um quarto em Évora está muito acima do que seria de esperar para uma cidade do interior, com rendas entre os 250 e os 280 euros, acrescida de despesas com água, eletricidade e gás.
“Apesar de o preço não estar a aumentar tanto como se vê noutras cidades, há práticas que os senhorios querem impor, como cauções, o pagamento de mais duas rendas e fiador, e que estão a criar instabilidade nos agregados familiares”, acrescentou.