“Tal como tínhamos estimado, temos 65% de adesão à greve e temos informação de 50 escolas já fechadas”, avançou à Lusa o secretário-geral do Sinape, Francisco Pinto, num balanço provisório realizado por volta das 8:30 de hoje.
Francisco Pinto passou o início da manhã a receber chamadas de trabalhadores de escolas de todo o país indicando a adesão de assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores.
“Há escolas encerradas por todo o país, desde Coimbra a Viseu ou Almada. Aqui em Lisboa, por exemplo, fechou a escola Eça de Queiroz, a Delfim Santos, a escola dos Olivais…”, ia enumerando o secretário-geral da Sinape, do lado de fora dos portões da Escola EB 2,3 das Olaias, em Lisboa, onde hoje também não houve aulas de manhã.
O objetivo da paralisação é ser “uma grande chamada de atenção do poder e dos partidos políticos para a situação do pessoal não docente”, explicou, sublinhando que entre “os muitos problemas” podem destacar-se as carreiras desestruturadas e as baixas remunerações.
A grande maioria dos assistentes operacionais recebe “mais nove euros do que o salário mínimo”, mas “levam para casa apenas 606,23 euros”: “São pessoas que trabalham, mas são pobres”, alertou Francisco Pinto.
Segundo o sindicalista, cerca de “90% dos assistentes operacionais estão no equivalente ao 1.º escalão” e a grande maioria trabalha há muitos anos, havendo casos em que estão nas escolas há mais de duas décadas.
Francisco Pinto disse ainda que o rendimento líquido dos assistentes técnicos que estão no 1.º escalão é de 683,43 euros e o dos técnicos superiores é de 918,68 euros.
O Sinape escolheu a véspera da entrega no parlamento do Orçamento de Estado para alertar também para "os aceleradores de carreira desajustados”, a precariedade e a escassez destes profissionais nas escolas tendo em conta as reais necessidades.
A paralisação do pessoal não docente acontece três dias após a greve de professores e educadores convocada pela plataforma de nove organizações sindicais, da qual faz parte o Sinape, assim como a Federação Nacional de Educação (FNE) e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
A greve de hoje é a terceira do atual ano letivo, que começou há menos de um mês e que contou logo nos primeiros dias com uma paralisação de uma semana convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) e dirigida a professores e pessoal não docente.