As restrições impostas ao consumo de água para poupar água devido à seca que afeta a região podem também colocar em causa cerca de mil postos de trabalho, só na produção de abacates e frutos vermelhos, alertou a recém-criada comissão, que agrupa 120 produtores, agricultores e associações de regantes do Algarve.

A comissão, que se constituiu para defender os seus interesses depois de o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, anunciar cortes de 25% para agricultura e de 15% para o setor urbano, incluindo o turismo, fez esta advertência num primeiro levantamento aos impactos que a medida do Governo terá para a agricultura da região.

“Os cortes do fornecimento de água no Algarve anunciados pelo Governo podem levar a uma quebra na produção de 88.000 toneladas de laranjas, 6.500 toneladas de abacates, 850 tonelada de frutos vermelhos, cerca de um milhão de garrafas de vinho e toda a produção ornamental, no espaço de um ano”, quantificou.

Os cortes decididos na reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que durou quase quatro horas e contou com a presença da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, foram menores que os que estavam inicialmente previstos para a agricultura e que se estimavam em 70%.