Antonieta Nunes, enfermeira veterinária do Zoomarine, citada pela agência Lusa revela que as tartarugas que vão ser libertadas se chamam Vanora e Ukiyu e foram encontradas, respetivamente, na Praia Grande, em Sintra, no distrito de Lisboa, e na ribeira da Carrapateira, em Aljezur, distrito de Faro, ambas com problemas de saúde que as debilitavam.

“Vamos sair do ponto Naval de Portimão, com o apoio da Marinha, e pedimos sempre para ir pelo menos a 10 milhas da costa para fugir das artes de pesca que estão mais próximas da costa. Não temos garantido que elas voltem para trás, mas a tendência habitual é para que se afastem da costa e esperamos que sigam essa tendência”, disse a responsável.

Após ser recolhida pela Rede de Arrojamentos de Lisboa e Vale do Tejo, a 3 de março, a Vanora chegou ao Porto d’Abrigo “muito jovem”, com um tamanho “muito pequenino”, e “estava muito debilitada, quase parecia que já tinha falecido, tal era o seu mau estado”, disse Antonieta Nunes.

A outra tartaruga, chamada Ukiyu, foi recuperada em Aljezur, a 11 de novembro de 2023, e entrou no centro de recuperação de espécies aquáticas algarvio “em muito mau estado”, com uma “deformação congénita na carapaça”, muitas feridas e uma infeção pulmonar, devido a uma excessiva flutuabilidade.

“A excessiva flutuabilidade acontece com muita frequência devido a questões pulmonares, porque elas usam os pulmões para andar mais acima ou abaixo na coluna de água, mas não sempre, e foi o caso da Ukiyu, que tinha plástico no trato digestivo e só isso era o suficiente para a deixar desconfortável e ficar à superfície”, esclareceu.

O plástico acabou também por sair sem cirurgia e com apoio da medicação e, apesar de um “processo de recuperação mais longo”, também reúne as condições para ser libertada nesta operação, embora uma perda de apetite tardia, durante o processo de descida de temperatura do tanque para igualar a do mar, tivesse suscitado dúvidas sobre uma patologia que acabou por não confirmar.