Foi divulgado que uma missão arqueológica em Santa Maria, nos Açores, permitiu explorar um forno de cerâmica e identificar uma série de peças típicas da ilha, como bacias e fragmentos de tramas. Este estudo de cerâmica antiga permite não só compreender os traços da cerâmica açoriana, como também ajuda a desvendar aspectos importantes do quotidiano da população açoriana.

O investigador João Araújo explicou que "Estamos ainda em níveis superficiais. Ainda não chegámos à base do forno. O que identificámos é muita cerâmica típica de Santa Maria, muitas bacias e fragmentos de potes, alguns deles com defeitos de fabrico que indicam que, na zona envolvente, quando aquele forno já não estava a funcionar, outras olarias e outros fornos continuavam a trabalhar".

A escavação de um forno de olaria na Rua dos Oleiros, em Vila do Porto, que foi alvo de uma escavação anterior em 2013, é um dos objectivos da missão. O objetivo desta campanha é aprofundar esta escavação em conjunto com os arqueólogos que participaram nas primeiras campanhas em 2013. O objetivo é compreender esta estrutura de produção de cerâmica, porque restam muito poucas no arquipélago. Embora este não seja o único, é um dos poucos fornos de olaria que ainda existem".

A missão faz parte de dois projectos: O projeto de doutoramento de João Gonçalves Araújo, "Olaria Açoriana: uma abordagem arqueológica à sua produção e Consumo nos Séculos XVI a XVIII", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e o "CERIBAM: Arqueologia e Arqueometria do Expansionismo Atlântico Ibérico no Norte de África e Ilhas da Macaronésia (séculos XV-XVI) - Cerâmica, População e Comércio", financiado pelo Ministério da Ciência e Inovação de Espanha.