O anúncio foi feito pelo presidente do partido, André Ventura, em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, insistindo na necessidade de substituições na liderança da Autoridade Nacional de Proteção Civil(ANEPC), nomeadamente do seu presidente, José Duarte da Costa.

"O sistema de proteção civil em Portugal voltou a falhar. Parece claro que este sistema de proteção civil, no seu modelo de organização, na sua ligação com os vários corpos de bombeiros, no seu modelo de implementação no território, no seu modelo de organização dos meios de socorro e de combate, falhou significativamente e com grande impacto", criticou o líder do Chega.

O requerimento foi apresentado, explicou Ventura, e o objetivo do partido é que este debate se realize na quinta-feira, antes da sessão plenária marcada para a tarde desse dia.

O Governo pode apresentar qualquer membro do executivo para o debate, mas André Ventura explicou que o Chega quer que a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, preste esclarecimentos aos deputados e que já iniciou contactos com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, para garantir a presença do responsável pela Proteção Civil.

André Ventura quer que este seja um debate "sobre tudo o que correu mal em relação aos incêndios", sobre o que pode ser feito para "evitar que voltem a acontecer", afirmando que voltaram a registar-se falhas que já tinham sido alvo de "promessas políticas de que não voltariam a acontecer".

"O Parlamento deve, por isso, exigir estas responsabilidades ao Governo no que respeita à reorganização destes serviços. Mas também na redefinição do próprio modelo de proteção civil e no debate sobre o que podemos mudar e o que precisamos de fazer agora, para garantir que, quer este ano, quer no próximo, não tenhamos um novo drama de incêndios", defendeu.

O presidente do Chega disse ainda que pretende averiguar "se houve ou não falhas mais graves" do que as apontadas e perceber a veracidade dos relatos dos autarcas do país sobre a alegada indisponibilidade da ministra para ser contactada durante os incêndios - o que já foi desmentido pela própria governante.