A greve nacional marcada pela Federação Nacional dos Médicos(FNAM) vai decorrer entre hoje e quarta-feira e será assinalada com uma manifestação esta tarde junto ao Ministério da Saúde.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da FNAM voltou a afirmar que a "única responsável" por este dia de luta é a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que "nada fez para resolver o problema da falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

"A FNAM apresentou as soluções em tempo útil, mas Ana Paula Martins preferiu não as incorporar para que pudéssemos ter mais médicos no SNS e, como tal, estamos a ser empurrados para esta greve", afirmou Joana Bordalo e Sá.

Entre as reivindicações da Fnam, que fez dois dias de greve geral em julho, estão a reposição do horário normal de trabalho de 35 horas semanais e a atualização da tabela salarial, a inclusão dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição de 25 dias úteis de férias anuais e mais cinco dias de férias se gozadas fora da época alta.

O dirigente sindical adiantou que "são esperados constrangimentos na atividade programada, com consultas e cirurgias adiadas" entre hoje e quarta-feira.

"Em todo o caso, os serviços mínimos serão escrupulosamente cumpridos, como habitualmente, e esperamos que a manifestação que vamos realizar junto ao Ministério da Saúde [...] não envolva apenas os médicos, mas todos os profissionais de saúde", sublinhou.

Para Joana Bordalo e Sá, o SNS só será "capaz de responder" com "médicos a trabalhar em equipas multidisciplinares, multiprofissionais e motivadas".

"Estamos a defender um SNS público, universal, de qualidade e acessível a toda a população, porque a população tem direito a ele. Infelizmente, esta ministra da Saúde, Ana Paula Martins, não tem tido as atitudes adequadas para o conseguir", lamentou.

A greve da FNAM começou hoje à meia-noite e termina à meia-noite de quarta-feira, estando a decorrer, à mesma hora, uma greve ao trabalho extraordinário nos centros de saúde, que começou a 16 de setembro e se prolonga até 31 de dezembro.

A paralisação coincide também com uma greve dos enfermeiros, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses(SEP).

Em declarações à Lusa, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse que não houve coordenação com os médicos relativamente à greve e que se tratou de uma coincidência.

No entanto, nem o SEP nem a Fnam excluem a possibilidade de, no futuro, haver um protesto concertado envolvendo todos os sindicatos da saúde.