"Temos de garantir a aprovação do Orçamento de Estado para o próximo ano, o interesse nacional exige-o, o contexto nacional impõe-no, o sentido de Estado determina-o. Os portugueses não compreenderão um cenário diferente", afirmou Luís Montenegro.

O primeiro-ministro voltou a classificar como irrecusável a proposta que vai apresentar ao líder do PS e garantiu que o Governo "nunca quis e não quer eleições antecipadas".

"Se elas acontecerem, o povo português perceberá facilmente quem se terá escondido atrás de condenações e vitimizações para provocar eleições", avisou.

Da parte do Governo, manteremos a serenidade. Os tempos que vivemos exigem lucidez, bom senso, boa fé e lealdade. Lealdade entre os partidos, mas sobretudo lealdade entre a política e as pessoas, entre a política e o povo português."

O tema do Orçamento do Estado só surgiu no final do discurso de Luís Montenegro, que se centrou no balanço dos seis meses do Governo PSD/CDS-PP e dos recentes incêndios, uma semana antes de o documento ser entregue na Assembleia da República.

"Como neste momento estão em curso conversações com os partidos representados na Assembleia da República, não me vou alongar sobre isso", disse.

O primeiro-ministro defendeu que "cada um deve estar à altura das suas responsabilidades", considerando que isso foi possível no recente acordo tripartido sobre aumentos salariais.

"Ou seja, os parceiros sociais estão com o país e os portugueses estão a contar com o Governo. A questão será saber até onde irão e até onde irá a oposição", afirmou.