Os dados são divulgados no estudo promovido pelo Instituto dos Comportamentos Aditivos e das Dependências(ICAD), que recentemente divulgou dados nacionais sobre comportamentos aditivos em jovens de 18 anos que participaram no Dia da Defesa Nacional, em 2023, e apresenta os resultados obtidos por região.
"À semelhança do que se tem verificado em relatórios anteriores, as regiões do Alentejo, dos Açores e do Algarve destacam-se por taxas de prevalência superiores ao total nacional, enquanto o Norte e a Madeira registam valores geralmente mais baixos" em termos de comportamentos aditivos.
Entre os inquiridos, a experiência de problemas relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas é maior nos Açores e no Alentejo e menor no Norte, enquanto os problemas relacionados com o consumo de drogas ilícitas "são claramente mais significativos nos Açores" e os relacionados com a utilização da Internet são mais elevados em Lisboa.
De acordo com o estudo, os problemas relacionados com o desconforto emocional associado aos comportamentos aditivos são os mais comuns em todas as regiões
Relativamente ao consumo de tabaco entre os jovens, o estudo conclui que, nos últimos anos, tem apresentado "uma clara tendência decrescente" em todas as regiões.
A Madeira destaca-se pelo menor consumo de álcool e tabaco, com taxas de prevalência consideravelmente mais baixas do que noutras regiões.
Realizado anualmente desde 2015, com interrupção em 2020 devido à pandemia, a marijuana é a substância ilícita mais consumida em todas as regiões.
O Algarve tem-se destacado, nos últimos anos, por um maior consumo de drogas ilícitas, em geral, e de canábis, em particular, tendência que é reforçada neste estudo.
"Embora se tenha verificado uma diminuição do consumo de drogas ilícitas no Algarve, face à edição anterior do estudo, a descida foi menos significativa na região do que nas restantes (com exceção dos Açores), aumentando, também aqui".
Analisando o consumo de outras drogas ilícitas (que não a marijuana), "o panorama é muito diferente", com os Açores a registarem as prevalências mais elevadas, cerca de duas a três vezes superiores ao total do país.
A Madeira também se destaca pelo menor consumo de cannabis entre os jovens e, em relação às outras drogas ilícitas, "as prevalências são mais baixas e bastante semelhantes nas regiões do continente".
"No entanto, em relação a 2022, a diminuição do consumo de drogas ilícitas no seu conjunto foi mais significativa nas regiões Norte e Lisboa", nota o ICAS.
Por tipo de substância ilícita, entre 2022 e 2023, o consumo recente de marijuana aumentou mais nos Açores e diminuiu de forma mais significativa no Norte.
Os Açores destacam-se ainda pelo maior aumento do consumo nos últimos 12 meses de anfetaminas/metanfetaminas, novas substâncias psicoativas, alucinogénios, cocaína e heroína, enquanto o Alentejo se destaca em sentido contrário, ao registar a maior diminuição da prevalência de consumo de todas estas substâncias, a par da região Centro, apenas no caso das anfetaminas/metanfetaminas).
O consumo de sedativos sem prescrição médica é mais elevado nos Açores, mas também na Madeira, sendo menos prevalente no Algarve e em Lisboa, embora a discrepância entre as regiões não seja particularmente acentuada.
O Alentejo é, mais uma vez, a região onde o policonsumo é mais prevalente, sendo esta prática menos frequente na Madeira.
Em relação à utilização da Internet, o estudo salienta que a percentagem de entrevistados que declararam jogar jogos de vídeo online é maior em Lisboa, região onde a iniciação ao jogo é mais precoce, enquanto a prática de jogos de azar online é mais prevalente nas regiões autónomas.
A percentagem de utilizadores de Internet que passam seis ou mais horas por dia nas redes sociais é maior nos Açores e menor no Centro e no Algarve.