Numa nota publicada na sua página na Internet, a Presidência da República informou que Marcelo Rebelo de Sousa assinou o diploma do Governo que aprova o acordo estabelecido entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha para a construção de uma travessia sobre o rio Guadiana, entre Alcoutim, no Algarve, e Sanlúcar de Guadiana, cidade da província de Huelva, na comunidade autónoma espanhola da Andaluzia.
O chefe de Estado anunciou ainda, na mesma nota, que o acordo entre os dois países para a construção de uma outra ponte internacional, esta sobre o rio Sever, entre as localidades de Montalvão, no concelho de Nisa, foi promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa, distrito de Portalegre, e Cedillo, na Estremadura espanhola.
Os acordos para a construção das duas novas travessias internacionais, que são financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foram assinados pelos Governos de Portugal e Espanha durante a Cimeira Luso-Espanhola realizada em Faro, a 23 de outubro de 2024.
A ponte entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana representa um investimento de cerca de 13 milhões de euros e está a ser desenvolvida pela Câmara Municipal de Alcoutim, segundo dados fornecidos após a Cimeira pelos Governos de Portugal e Espanha.
Na declaração conjunta então aprovada, Portugal e Espanha sublinharam que os projectos visam reforçar a Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço (ECT) para proporcionar uma melhor qualidade de vida e ajudar a "fixar populações" nestas regiões da fronteira luso-espanhola, onde se assiste a um envelhecimento da população e a uma crescente desertificação do território.
Num despacho publicado em Diário da República no dia 13 de dezembro, o Governo estabelece que a travessia Alcoutim-Sanlúcar visa estabelecer a "interligação das duas margens do rio Guadiana entre as redes rodoviárias portuguesa e espanhola, favorecendo a aproximação cultural, social e económica do eixo inter-regional Alentejo-Algarve-Andaluzia".
O projeto visa ainda "desenvolver os territórios do interior e promover a coesão territorial", contribuindo para "a prossecução dos objetivos da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço, estabelecida na Cimeira Luso-Espanhola de outubro de 2020", bem como reforçar a cooperação entre as regiões do Algarve e da Andaluzia, no âmbito da Eurorregião EUROAAA, que inclui também o Alentejo, disse na altura o executivo.