O estudo ocorreu entre julho e novembro de 2023 e teve como objetivo avaliar as percepções dos portugueses em relação a questões atuais, incluindo a crise habitacional.

Comparando esses resultados com os obtidos em julho de 2023, em novembro do ano passado houve uma queda de 4,5 pontos percentuais (pp) nos entrevistados cuja família dedica 31 a 50% de sua renda a gastos com aluguel ou pagamento de casa.

Por outro lado, houve um ligeiro aumento tanto no número de participantes que afirmam alocar 0% de sua renda quanto naqueles que afirmam alocar entre 11 e 20% de sua renda familiar para esse tipo de despesa (+1,3 pp e +3,4 pp, respectivamente).

A análise do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica-Lisbon afirma ainda que 16,2% dos inquiridos indicam que não têm quaisquer custos com pagamentos de aluguel ou hipoteca.

“Há, portanto, uma diminuição da taxa de esforço das famílias portuguesas entre julho de 2023 e novembro de 2023, o que poderia ser explicado por diferentes apoios estabelecidos pelo Estado, como o apoio extraordinário ao rendimento, a moratória de crédito à habitação ou um subsídio de juros temporário”.

Quando perguntados se os preços das moradias em sua área de residência aumentaram no último ano, 95,4% acreditam que sim, com 30,6% dizendo que aumentaram muito e 64,8% dizendo que aumentaram muito.

Apenas 0,1% dos entrevistados consideram que os preços não aumentaram, diz o estudo, observando também um aumento de 1,8 pontos percentuais em novembro de 2023 daqueles que consideram que os preços em sua localidade aumentaram muito no último ano.

Preocupações

A grande maioria (91,1%) está preocupada com a situação habitacional em Portugal, enquanto 59,9% dos entrevistados estão muito preocupados e 3,7% estão um pouco ou nada preocupados

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As conclusões do estudo também indicam que 62,6% dos entrevistados indicam que moram em sua própria casa, 27,1% estão em uma casa alugada e 10,3% estão em outra situação.

A amostra contou com a participação de 1.000 entrevistados, com idade entre 20 e 75 anos, o que, em comparação com as proporções nacionais coletadas no Censo de 2021, “é bastante semelhante, apenas com uma proporção maior de indivíduos entre 50 e 59 anos e uma menor proporção de adultos entre 60 e 69 anos, dadas as características de coleta dos estudos em painel on-line”.