“Os Açores estão liderando pelo exemplo. Eles já começaram a trabalhar no âmbito da legislatura anterior. O compromisso dos Açores como região líder em termos de sustentabilidade na promoção e cumprimento, antes do prazo de 2030, pode compensar os 30% exigidos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas com a criação de Áreas Marinhas Protegidas”, declarou José Manuel

Bolieiro.

O líder do executivo regional açoriano participou na 9ª Conferência Our Ocean, no dia 16 de abril, realizada no Centro Cultural da Fundação Stavros Niarchos em Kallithea, Atenas.

“Em vez de fazer isso por obrigação, estamos fazendo isso por escolha estratégica e até mesmo com um cronograma que nos torna líderes em vez de imitadores”, disse Bolieiro em relação à elaboração do marco legal para a implementação de AMPs na região.

“Também tive o prazer de ver os representantes reconhecerem e aplaudirem esta declaração e compromisso assumidos em nome dos Açores”, acrescentou. “Queremos finalizar tudo até o final do ano, como resultado de uma observação que, o prestígio da região, eleva muito a Região Autónoma dos Açores e da antecipação de horários

que outros imitarão”.

De acordo com o presidente do Governo Regional dos Açores, o executivo está a preparar o documento para que possa ser aprovado pelo Conselho de Governo e depois “submetido ao parlamento dos Açores”.

“Esta é apenas a primeira fase de identificação, baseada em dados científicos e em uma estrutura na qual houve muitas reuniões participativas, e todos puderam participar, todas as partes interessadas ligadas ao uso do mar”, descreveu.

Além disso, há a necessidade de que o trabalho seja feito “permanentemente, com consulta entre as partes interessadas, os interessados nos negócios e nos rendimentos da economia azul, bem como na respectiva implementação”.

José Manuel Bolieiro lembrou que o mar que rodeia os Açores constitui mais de metade da zona económica exclusiva de Portugal e inclui “alguns dos ecossistemas marinhos mais importantes do Atlântico Norte”.

Ele mencionou o programa Blue Azores, em parceria com a Fundação Oceano Azul e o Instituto Waitt, que “não deixa ninguém para trás na comunidade”, particularmente no campo de pesca.

“Uma vez finalizada, a nova rede de Áreas Marinhas Protegidas cobrirá quase 300.000 quilômetros quadrados e será a maior do Atlântico Norte, proporcionando aos açorianos um oceano saudável e uma economia azul próspera — esta é a nossa visão, esse é o nosso compromisso”, disse o Presidente do Governo.

A Grécia está sediando a 9ª “Conferência Nosso Oceano”, que abordará alguns dos principais desafios relacionados ao oceano, como perda de biodiversidade, mudanças climáticas, pesca insustentável, poluição marinha e transporte marítimo insustentável.

As AMPs são definidas geograficamente como áreas onde a atividade humana é limitada a fim de proteger os recursos naturais ou culturais e preservá-los ao longo do tempo.

Um dos principais objetivos do programa Blue Azores é proteger 30% do Mar dos Açores, revisando a Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores, cumprindo as metas estabelecidas no Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, na Estratégia Europeia de Biodiversidade 2030 e na Estratégia Nacional para o Mar 2030.