Em respostas à agência Lusa, a Metro do Porto disse que pagou 839.723 euros a cerca de 20 proprietários de estabelecimentos “que foram obrigados a fechar temporariamente ou que viram a sua atividade significativamente reduzida”.

“A Metro do Porto continuará a pagar a compensação devida até o final deste contrato e está obviamente aberta a analisar novas situações que possam surgir”, afirma a empresa.

Desde o início da construção da Linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, a empresa investiu mais de €1,6 milhão para apoiar estabelecimentos comerciais nos canteiros de obras.

“O Metro do Porto, como é público, implementou um conjunto de ações para mitigar os impactos resultantes das obras que está realizando, em estreita coordenação com a Associação de Comerciantes do Porto e a Câmara Municipal do Porto”.

Dos €1,6 milhões investidos, mais de €457 mil dizem respeito à promoção do comércio local e decoração de canteiros de obras, e mais de €147 mil à segurança e vigilância do Largo dos Loios, Praça da Liberdade, Largo de S. Domingos, Rua Mouzinho da Silveira e Galerias da Trindade.

A empresa enumera ainda investimentos realizados em termos de campanhas de marketing (46,8 mil euros), apoio à Associação de Comerciantes do Porto (10 mil euros) e na galeria da loja Trindade (113,7 mil euros), criada com o objetivo de realocar temporariamente os negócios afetados pelas obras.

“Atualmente temos duas lojas abertas nas Galerias da Trindade, neste projeto que desenvolvemos em contato próximo com os próprios comerciantes”.

Na segunda-feira, o executivo da Câmara do Porto aprovou por unanimidade uma proposta do PSD que exige que o Metro faça uma “revisão urgente e justa” dos critérios de compensação para os comerciantes, o que exclui a contagem dos anos da pandemia da Covid-19.

“Usar os anos de pandemia como referência ignora a excepcional realidade econômica vivenciada pelos comerciantes e não reflete a verdadeira capacidade de gerar receita antes das obras”, diz a proposta.

A recomendação também pede a realização de um estudo sobre o impacto das obras nos comerciantes e a implementação de medidas para mitigar o impacto das obras, como a remoção das barreiras assim que elas forem concluídas.

“A Metro do Porto é uma empresa com capital exclusivamente público, e é por isso que atua com total transparência, exigência e rigor quando se trata de gastar dinheiro público para compensar os comerciantes”.

A conclusão do contrato de construção da Linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, está prevista para julho de 2025 e a linha deve entrar em operação neste verão, de acordo com o Metrô do Porto.

Com um custo total de 304,7 milhões de euros, a Linha Rosa se conectará às atuais estações de metrô Casa da Música e São Bento e terá estações intermediárias no Hospital de Santo António e na Praça da Galiza.