No entanto, apenas cerca de 25% dessas habitações são casas novas. Tudo indica que ao contrário do que havia sido prometido, este programa terá uma contribuição reduzida para aumentar o parque habitacional público português.

Depois de fechar a lista de projetos candidatos à 1ª Lei pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), o investigador Aitor Oro, do Centro de Estudos em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, concluiu que serão financiadas 59.337 casas, das quais 26.007 estão no âmbito do PRR e as restantes com apoio orçamental, cita o Público.

Das mais de 59 mil casas contabilizadas, a grande maioria é destinada à reabilitação e não a novas construções.

Essas novas casas disponibilizadas sob o 1º Direito terão um impacto reduzido no aumento do estoque habitacional público, aumentando-o dos atuais 2% para apenas 2,6% do total (+34.127 casas públicas). Vale lembrar que a meta era aumentar a participação da habitação com apoio público de 2% para 5% do estoque total de moradias, o que significaria colocar mais 170.000 casas no mercado, diz a

publicação.

Embora mais da metade das 59 mil casas estejam concentradas nas áreas metropolitanas de Lisboa (25.940) e Porto (9.802), o pesquisador conclui que haverá melhorias em termos do estoque habitacional público disponibilizado pelos municípios, com menos municípios com um estoque habitacional público de menos de 2% (deve cair de 258 para 188) e mais municípios que terão habitação acessível acima de 5% do total (deve subir de seis para 16%)).