De acordo com o Estudo de Impacto Económico do Golfe em Portugal, as exportações diretas do setor ascenderam a 149 M€ em 2023. O golfe contribuiu ainda para a criação de mais de 110 mil postos de trabalho, correspondendo a mais de 2,2 mil milhões de euros em remunerações.
O Estudo de Impacto Económico do Golfe em Portugal foi desenvolvido pela Ernst & Young Parthenon e promovido pelo Conselho Nacional da Indústria do Golfe(CNIG) e pela Confederação do Turismo Português(CTP) com o objetivo de analisar a evolução do Golfe em Portugal de 2019 a 2023.
O estudo evidenciou que o sector tem um forte impacto na redução da sazonalidade turística em Portugal, devido à sua elevada procura fora da época alta do país. Os períodos com maior número de golfistas foram revelados como sendo entre março e maio e entre setembro e novembro.
O impacto económico do golfe em Portugal em 2023 ascendeu a 4,2 mil milhões de euros, cerca de 1,6% do PIB nacional. Diretamente, contribuiu com 120 milhões de euros para o PIB nacional. A maior parte do valor gerado pelo setor resultou de campos localizados na região do Algarve, com 100M€, refletindo a distribuição territorial dos campos.
O Algarve distingue-se como a principal região para a prática do golfe, com uma forte posição no mercado internacional, o que lhe permite captar 62% das voltas em Portugal, maioritariamente de jogadores estrangeiros, em particular britânicos (cerca de 46% das voltas na região). Seguem-se os suecos (8%), os portugueses e os alemães (ambos com 7%) e, em quinto lugar, a Holanda (3,5%).
O Norte acolheu cerca de 7% do número total de voltas em 2023 e, nesta região, a maioria dos golfistas são portugueses - 81% das voltas. Os sócios dos campos e clubes superaram largamente os não sócios (77%) e a contribuição económica direta da região Norte atingiu 1,7 milhões de euros, ou seja, 1,4% do total de 120 milhões de euros de impacto do setor no PIB Nacional.
Os golfistas portugueses e britânicos concentram mais de metade das voltas no Centro, que apresenta uma das maiores taxas de crescimento pós-pandemia. A região registou um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 5,2 milhões de euros e recebeu cerca de 9% do total de voltas em 2023, sendo 29% de praticantes portugueses e 25% de visitantes britânicos.
Representando cerca de 15% dos tours em Portugal, a Área Metropolitana de Lisboa atraiu maioritariamente nações com 64% em 2023. A região do Alentejo tem um número reduzido no total de voltas em Portugal, com apenas 2%, onde a prática é dominada por golfistas portugueses.
A Região Autónoma dos Açores representa apenas 1% do total de voltas em Portugal, apesar disso foi uma das regiões que mais cresceu. O mercado de golfe nos Açores é essencialmente constituído por jogadores portugueses (85%). A Região Autónoma da Madeira, apesar de representar apenas 3% das voltas registadas em Portugal, distingue-se das outras regiões com 35% de origem dinamarquesa e 25% de origem portuguesa.
O número total de voltas cresceu 5% em 2023
No que diz respeito ao número de voltas, o setor registou um crescimento de 5% em 2023, face a 2022, com um total de 2.412.612 voltas a nível nacional. O volume de negócios gerado pelos campos de golfe em Portugal ultrapassa em mais de 40% o observado no período pré-pandémico (2019). Adicionalmente, o número de voltas também aumentou após o fim da pandemia (+12% entre 2019 e 2023).
Em 2023, o perfil dos visitantes por origem voltou a estar em linha com a realidade pré-pandémica, com uma clara predominância de golfistas estrangeiros (74%). Ainda assim, merece destaque o ligeiro aumento do peso dos sócios no total de voltas nos últimos dois anos (31%) face a 2019 (27%).
"A recuperação da prática do golfe é relevante para o próprio sector, mas também para o turismo e para a economia portuguesa, uma vez que o seu valor económico não se limita aos rendimentos e empregos gerados nos campos de golfe. Para além do efeito de arrastamento gerado pelos seus consumos intermédios (manutenção, reparação, utilidades, bens), o golfe em Portugal funciona também como uma alavanca para a procura de alojamento, restauração, transportes, lojas e actividades de lazer, em resultado da capacidade de atrair jogadores estrangeiros com maior poder de compra do que o "turista médio", gerando um impacto mais significativo por hóspede", refere Nuno Sepúlveda, Presidente da Direção do CNIG.
Os dez primeiros
O Reino Unido é o maior mercado emissor de turistas de golfe para Portugal - segundo os cálculos feitos nos campos de golfe do CNIG, representa cerca de 33% do total de voltas em 2023 -, posição que já ocupava antes da pandemia e que se tem vindo a consolidar.
Os golfistas britânicos destacam-se na região do Algarve (cerca de 46% das voltas em 2023), justificando, consequentemente, o seu impacto a nível nacional, uma vez que esta é a região que acolhe o maior número de campos e voltas do país.
Nas restantes regiões do país, os jogadores portugueses representam o principal mercado emissor - com especial relevância na Região Autónoma dos Açores e no Norte - com exceção da Região Autónoma da Madeira, onde a Dinamarca lidera o número total de voltas (cerca de 35% das voltas em 2023).
Entre os principais mercados emissores em 2023, destacam-se ainda os golfistas suecos (6%), alemães (6%) e franceses (4%). Os EUA são o único mercado não europeu a fazer parte do top 10 de voltas em Portugal, representando já 1,2% dos principais mercados emissores. "Acreditamos que os EUA têm um enorme potencial, nomeadamente com a abertura de rotas diretas para Faro já no próximo ano", sublinha Nuno Sepúlveda.