"Temos de continuar a lutar. A luta ainda não acabou. A partir deste momento, a Comissão de Utentes da Via do Infante [CUVI] vai continuar a exigir o desmantelamento dos pórticos. Porque não sabemos se amanhã não teremos outro governo que, invocando dificuldades para o país, terá a tentação de voltar a colocar as portagens", disse aos jornalistas João Vasconcelos, porta-voz da Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI).
O representante da plataforma falava numa conferência de imprensa realizada em Loulé, no distrito de Faro, junto à A22, para assinalar o fim das portagens nesta antiga Scut (estrada sem custos para o utilizador) a partir de 2025.
A comissão de utentes exige ainda "a divulgação pública e a denúncia do contrato da PPP [parceria público-privada] da Via do Infante", considerando que "é necessário que sejam tornadas públicas aquelas questões obscuras que são desconhecidas do Algarve e do povo português e que o Governo não pague as dívidas que deu muitos milhões [de euros] à concessionária".
A plataforma vai continuar "a exigir que a Via do Infante tenha uma superfície adequada" e que haja "uma manutenção adequada e rigorosa", sublinhou João Vasconcelos, indicando que, no dia 11 de janeiro, a CUVI vai realizar um fórum em Loulé sobre estes três temas.
A CUVI pretende ainda mudar o nome para Comissão de Utentes da Via do Infante e Estrada Nacional 125 (EN125), porque "há muito para fazer" na EN125, nomeadamente a requalificação da estrada no troço entre Olhão e Vila Real de Santo António.
João Vasconcelos destacou a luta de 14 anos da comissão, que começou em 2010, um ano antes da introdução de portagens no Algarve, a 8 de dezembro de 2011.