“É um projeto de engenharia porque, como se pode imaginar, envolve sedimentos, lama e isso exige uma análise rigorosa do ponto de vista geológico do que se pretende fazer” no rio Sado, explicou Vítor Proença à agência noticiosa Lusa.
Segundo o autarca, este conselho municipal na costa alentejana será a entidade responsável pelo projeto, com o apoio da APA.
“Este projeto resultará na execução” da dragagem e limpeza das margens do Rio Sado, numa distância de 1,1 quilómetros, entre a ponte rodoviária metálica e a ponte pedonal, estando o município também “disponível para realizar a obra”, através de apoio financeiro, assegurou.
Além de destacar a “coordenação entre o governo central e os municípios” para resolver esses problemas, o presidente da APA, José Pimenta Machado, considerou que este projeto iria “melhorar a gestão deste troço do rio Sado”, tendo em conta a importância da “qualidade da água e das inundações” durante o inverno.
“Entendemos que o clima está mudando e que teremos picos de chuvas mais frequentes e intensos e precisamos preparar os territórios, preparar os rios e riachos para essa nova realidade”, afirmou.
Segundo Vítor Proença, que alertou a APA sobre a necessidade de avançar com esta intervenção há cerca de dois anos, a “mecânica da água” nesta parte da cidade de Alcácer, com as suas “curvas e contra-curvas”, causa “problemas muito graves para o ambiente, para a defesa dos cursos de água e para a proteção contra inundações”, bem como para a navegabilidade.
“Queremos que ele avance o mais rápido possível, mas o [processo] levará meses, porque um projeto dessa natureza exige a elaboração de estudos de pré-avaliação, avaliação e engenharia”, explicou.
O projeto cobrirá “todo o leito do rio”, que “deve ser estudado usando tecnologias que nunca foram usadas” localmente, ressaltou o prefeito.
O presidente da APA garantiu à Lusa que, uma vez concluído este estudo, “será lançado o projeto de dragagem e limpeza” deste troço do rio.
“Trabalhamos para financiar o estudo e agora também encontraremos financiamento para seguir em frente com o projeto de dragagem. Depois veremos a melhor forma de o fazer, seja o município, com o nosso apoio, seja a APA”, através do Fundo Ambiental, admitiu.
Questionado sobre os prazos, Pimenta Machado disse que espera que o estudo seja concluído no próximo ano, apontando julho de 2025 para “arranjar condições para lançar o projeto”.
“Estamos no início de Portugal 2030 e não será por falta de financiamento que esse trabalho não será realizado e queremos muito que isso aconteça”, argumentou.