O 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Este dia foi criado numa época em que as mulheres não tinham quaisquer direitos para nos lembrar de uma luta que começou há muitos séculos atrás. No entanto, vários anos depois ainda há trabalho a fazer em termos de igualdade de género.

Aos olhos da lei, homens e mulheres beneficiam de uma igualdade formal que não abre espaço a qualquer género de discriminação, pelo menos no mundo ocidental. Contudo, o mesmo não se pode dizer quando se fala do setor empresarial onde a maioria dos cargos de gestão ainda são ocupados por homens.

"O que vemos são alguns problemas no mercado de trabalho porque há uma tendência para dirigir posições de liderança para os homens, criando um desequilíbrio na igualdade de acesso a oportunidades", disse Ana Antunes, meeting place manager do MAR Shopping Algarve.

No entanto, no Grupo Ingka, ao qual o centro comercial pertence, "tanto a equidade como a diversidade fazem parte do nosso ADN e a nível mundial temos números a mostrar". Mais de 60% dos empregos são ocupados por mulheres, e 66% dos cargos de liderança ou de gestão são também ocupados por mulheres. Estamos claramente a implementar ações para que haja igualdade de oportunidades tanto para homens como para mulheres", disse.

Segundo Ana Antunes, a própria é uma prova viva desta progressão que é possível na empresa. "Comecei a trabalhar aqui em 2016, um ano antes da abertura ao público do MAR Shopping Algarve e quando entrei para a nossa organização estava a trabalhar como vice-diretora de operações e estava encarregada de todas as operações e instalações técnicas".

"No caso de Portugal, ambos os centros comerciais do Grupo Ingka estão a ser dirigidos por mulheres. Estou no MAR Shopping Algarve e Sandra Monteiro no MAR Shopping Matosinhos e somos ambos exemplos de uma progressão interna dentro da nossa organização", apontou.

"Estou muito orgulhosa de pertencer ao Grupo Ingka, onde partilhamos valores como a saúde, bem-estar, igualdade de direitos, igualdade de oportunidades tanto para homens como para mulheres", acrescentou.

No entanto, nem sempre foi assim para Ana Antunes. A atual diretora do centro comercial trabalhou na área da construção civil como engenheira civil. Na altura, admite que sofreu discriminação com base no género.

"Senti discriminação na construção e até hoje ainda se sente, nessa área especialmente em contexto de obra, onde temos trabalhadores da construção civil que são todos homens e quando há um elemento feminino que faz parte da equipa de supervisão, gestão do projeto ou gestão da obra e está basicamente a acompanhar a evolução de todo um projecto, o preconceito existe", disse.

"Infelizmente ainda podemos ver situações em que uma mulher quando é clara e assertiva na sua liderança é considerada mandona, mas se um homem tem essa atitude, é considerado um líder nato. Infelizmente esta realidade ainda existe", disse Ana Antunes a The Portugal News.

Para pôr fim a esta situação, Ana Antunes acredita que as próprias empresas têm de dar o exemplo. "As empresas desempenham um papel fundamental. Se enquanto empresa tivermos estes valores, estamos basicamente a contribuir para que a sociedade se desenvolva de uma forma mais justa e equilibrada". Uma grande parte do trabalho depende também das empresas", salientou.

"Quem quer que lidere uma equipa, está a liderar pelo exemplo. Estamos a influenciar um grande número de pessoas, não só as que trabalham cá, mas também as suas famílias, os seus amigos e toda a sociedade".


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Paula Martins is a fully qualified journalist, who finds writing a means of self-expression. She studied Journalism and Communication at University of Coimbra and recently Law in the Algarve. Press card: 8252

Paula Martins