"Fizemos bons progressos em todas as frentes no primeiro semestre do ano. É agora altura de iniciar, com entusiasmo, mas também com sentido de responsabilidade, os trabalhos de campo necessários para concluir o Estudo de Viabilidade Definitivo (DFS) e o processo de licenciamento ambiental", disse o presidente executivo da Savannah, Emanuel Proença, citado em comunicado consultado pela Lusa.

A empresa que quer explorar a mina de lítio em Covas do Barroso, no concelho de Boticas, distrito de Vila Real, explicou que o "processo burocrático para a conclusão do processo de servidão administrativa, infelizmente, demorou mais tempo do que o previsto, o que obrigou a um ajustamento do calendário".

Assim, espera agora concluir o Estudo de Viabilidade Final no segundo semestre de 2025, com a conclusão do processo de licenciamento ambiental prevista para uma data próxima, e, acrescentou, "o comissionamento e a primeira produção do projeto ocorrerão o mais cedo possível em 2027".

A Agência Portuguesa do Ambiente(APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso ao emitir, em 31 de maio de 2023, uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, que inclui um vasto conjunto de condicionantes, estando o início da produção inicialmente previsto para 2026.

"Sempre foi nosso desejo poder celebrar contratos de compra e venda ou de arrendamento com todos os proprietários num prazo que permitisse iniciar esta fase dos trabalhos mais cedo. No entanto, apesar de já termos adquirido mais de uma centena de terrenos e continuarmos a adquirir mais, ainda não foi possível chegar a acordo com todas as partes", afirmou Emanuel Proença.

Por essa razão, acrescentou que a empresa recorreu "à servidão administrativa temporária de acesso ao terreno, um processo comum em projectos industriais" como este.

"Continuamos empenhados em prosseguir com as aquisições e arrendamentos de terrenos através de acordos amigáveis com todos os intervenientes relevantes, de modo a que qualquer expropriação futura abranja o mínimo possível de terrenos", salientou.

Na segunda-feira, a Savannah apresentou os seus resultados operacionais relativos aos primeiros seis meses do ano.

"Os resultados apresentados reflectem o trabalho intenso de todos os membros da equipa Savannah - desde as equipas de Boticas, Lisboa, Perth e Londres - para desenvolver um projeto de elevada qualidade. A nível local, estamos cada vez mais presentes, aumentando a nossa equipa e trabalhando com cada vez mais pessoas e entidades da região em que estamos inseridos", acrescentou o CEO.

Em junho, a Savannah estabeleceu um acordo de parceria estratégica com o grupo AMG Critical Materials(AMG), proprietário da primeira grande refinaria de lítio da Europa, inaugurada há menos de 15 dias a sul de Berlim, na Alemanha.

"O acordo de parceria com a AMG coloca-nos numa posição sólida, permitindo-nos enfrentar as próximas fases do projeto com solidez e confiança. Estou grato por estes resultados e pelos esforços de tantos. Estamos empenhados em fazer ainda melhor e estamos prontos para acolher as contribuições positivas de todos", sublinhou.

A Savannah Resources é uma empresa de desenvolvimento de recursos minerais e a única proprietária do projeto de lítio do Barroso, no Norte de Portugal, afirmando que este é o maior recurso de lítio espoduménio identificado até à data na Europa, e que tem concentrado aí os seus esforços nos últimos sete anos.

No entanto, a exploração mineira é contestada por autarcas e populações locais que se juntaram na associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso(UDCB).