"Esta infraestrutura, e esta expansão, visa responder às necessidades de crescimento. Temos vindo a crescer de forma muito consistente ao longo dos anos", disse à Lusa o CEO da DHL Express Portugal, José Reis.
Quando foi instalada a primeira fase do terminal da DHL no aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia (distrito do Porto), em 2012, as instalações "foram desenhadas muito acima das necessidades da altura, ou seja, com uma capacidade muito acima da realidade do negócio na altura".
"Em 10 anos conseguimos esgotar a capacidade das instalações, razão pela qual estamos agora a fazer este investimento", disse o gestor em entrevista à Lusa nas novas instalações.
As novas instalações que vão servir o Norte e o Centro do país, hoje inauguradas, vão permitir também "responder às necessidades de crescimento actuais e futuras", estando concebidas para "absorver um crescimento médio de 10% ao ano nos próximos 15 a 20 anos".
Anunciado em fevereiro de 2023, o investimento, que ultrapassou ligeiramente os 25 milhões de euros, acompanha o crescimento verificado desde 2012 e, em particular, entre 2019 e 2023.
"O Porto cresceu 13,5% de 2019 a 2023. É um crescimento muito, muito significativo. Naturalmente, tudo isto é fruto da dinâmica do tecido empresarial do Norte", refere.
Segundo José Reis, "a DHL cresce de acordo com a dinâmica do tecido empresarial, e é importante referir e sublinhar que o Norte tem tido uma dinâmica muito, muito forte".
De acordo com a DHL, os segmentos da moda, automóvel e bens de consumo dominam o comércio business-to-business, e o segmento da moda e bens, bem como o da tecnologia, dominam também as vendas ao consumidor.
As principais origens das importações são a Itália, a França e os Países Baixos, enquanto as exportações processadas pela DHL são provenientes de França, dos Estados Unidos e da Alemanha. A área total do terminal do Porto triplica para 18.000 metros quadrados (área útil de 11 mil m2), tendo a DHL capacidade para processar 6.500 peças por hora (+150%) nas importações, 5.500 (+300%) nas exportações, com cerca de 11.000 envios efectuados por dia.
O novo terminal, que tem capacidade para cerca de 50 toneladas de carga por dia, emprega cerca de 200 pessoas e opera cerca de 70 veículos e dois a três aviões por dia, consoante o dia da semana.
"Isto é o triplo do número de aviões que tínhamos em 2012, o que é verdadeiramente notável, e descreve a capacidade do Norte, a capacidade empresarial do Norte", explicou José Reis.
Segundo o gestor, o terminal do Porto "é a instalação mais preparada" para a DHL em Portugal, o que contrasta com a situação em Lisboa, onde se aguarda a execução de um investimento de 50 milhões de euros no aeroporto Humberto Delgado.
"Estamos neste momento a ter reuniões com a Câmara Municipal de Lisboa, e sentimos e percebemos que a autarquia está muito recetiva a que a DHL possa construir estas instalações no atual aeroporto", diz, mas isso não significa que este seja um investimento desperdiçado, tendo em conta a construção de um novo aeroporto.
"Quando houver essa mudança, para o novo aeroporto, vamos manter estas instalações a funcionar", garantiu José Reis, acrescentando que, no futuro, serão no novo aeroporto Luís de Camões.