“Todos se esforçaram, mas há alguns setores que cumpriram mais do que outros. O setor agrícola foi o que fez o maior esforço”, destacou Graça Carvalho, após a reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul da Comissão de Gestão de Reservatórios, realizada em

Faro.

Em maio, o Governo liderado por Luís Montenegro aliviou as restrições impostas ao consumo de água na agricultura e no setor urbano no Algarve, inicialmente definidas em fevereiro pelo executivo anterior, liderado por António Costa, para lidar com a seca na região.

“Foi acordado que a agricultura e o turismo fariam um esforço de economia de água de 13%. A agricultura obteve 35%, as aldeias e empreendimentos que assinaram o selo 'Save Water' economizaram 14%, o golfe fez um grande esforço, economizando 22%, e os municípios, que deveriam ter economizado 10%, economizaram 9,6%”,

especificou o ministro.

Graça Carvalho admitiu, no entanto, que “há desigualdade” entre os municípios, acrescentando: “Há municípios que economizaram muito e outros que não economizaram, ficaram mais ou menos os mesmos”.

Nesse sentido, o ministro do Ambiente e Energia garantiu que, até o final do ano, as restrições definidas em maio permanecerão em vigor.

“Não há piora porque, em média, conseguimos superar o que queríamos economizar e, portanto, podemos dizer: o Algarve, como um todo, economizou mais água do que pretendíamos. Isso é muito bom. Temos 16 hectômetros cúbicos a mais do que no ano passado na mesma época. Mas o ano passado foi um ano de seca muito severa, e temos que continuar fazendo um grande esforço”, ressaltou

.

O relatório final será produzido no final de 2024 e o Governo promete agir se os municípios ou outros setores “continuarem a não poupar”, ajustando as medidas de acordo com a despesa e a disponibilidade de água.

Além de poupar no consumo, o ministro frisou que é preciso “ter novas fontes de água” e destacou o conjunto de investimentos para o Algarve neste setor, orçados em 360 milhões de euros, com 260 milhões provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (RRP).

Graça Carvalho disse que o concurso para a adjudicação do projeto da central de dessalinização, a ser construída no município de Albufeira, “já está na fase final”, e que o financiamento de 100% pelo RRP será garantido se o projeto for realizado rapidamente.

“Se o projeto avançar rapidamente, não haverá problema em ser totalmente financiado pelo PRR, porque precisamos de projetos que possam ser implementados rapidamente. Se tudo correr bem, pode ser financiado a 100% pelo PRR. Espero que essa seja a solução”, disse o ministro.

O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina, alertou em agosto que há uma escassez de 50 milhões de euros para financiar a construção da futura central de dessalinização, em comparação com o apoio previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“O projeto tinha inicialmente um certo valor esperado e hoje, sabemos que ficará entre 106, e 108 milhões [euros]. As duas propostas apresentadas foram nessa ordem de valores, o que significa que faltam mais 50 milhões [de euros] para financiar 100% esse investimento”, disse o autarca na ocasião

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